quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Tempo

Hoje o John me mandou uma mensagem dizendo que sempre chora no final dos livros do Gabriel García Márquez. Eu não... Lívia chorou lendo "O Canário" da Katherine Mansfield, eu quase nunca a menciono, mas o que ela escreveu me toca bastante. Ainda sim não chorei, só quem conseguiu me arrancar uma lágrima foi "Dançando no Escuro", uma só, bem forçada pra ser sincero, porque achei que devia ter pelo menos uma por toda aquela tragédia. A única coisa que me garante que as minhas lágrimas ainda existem é quando estou deitado, forçando a vista ou só olhando pro vazio e elas vêm, sem tristeza de verdade, que pra mim só é verdadeira quando tem muitas lágrimas. Tristeza sem lágrimas é inverossímil, é coisa de gente travada. O que muito provavelmente é meu caso, afogado na casca de verniz que deixo pra pessoas verem. Até andei polindo ela esses dias. Só tenho sentimentos nos meus sonhos.

2 comentários:

Moara disse...

eu não sou nenhum pouco travada.

meu blog tava doido, agora ja dá pra comentar.

bejao

Anônimo disse...

Blue Boy,
Discordo que tristeza sem lágrimas é inverossímel. Tristeza sem lágrimas é tristeza conformada, muito mais profunda e sem reclamações.