segunda-feira, dezembro 31, 2007

Virada

Ano que vem eu queria te ver mais, tocar também, se possível. Esse não fiz nada a não ser esperar por algum sinal, uma esperança tola de que você lê pensamentos, em especial os meus, e me dirá exatamente aquilo que quero ouvir. Ainda que excepcional, você não pode exceder o humano. Mas devería, deveríamos todos ser capazes de extravazar para além do humano, em algum tipo de êxtase metafísico que nos levasse à descobertas absurdas e maravilhosas que trouxessem tudo que é mágico de volta à esfera do real.
Lógico que esse tipo de consideração só poderia ter vindo de mim, um homem, o mais infantilizado dos seres vivos, que até o fim da vida age como se precisasse ser alimentado pela mãe. Diga-se de passagem, há até quem diga que somos parecidos com filhotes de macacos, grandes bebês macacos neotênicos, eternos filhotes que podem gerar mais filhotes. Isso, ainda que não resolva o dilema sobre a nossa história evolutiva, explicaria alguns dos nossos problemas.
São 23:08, eu, o homem, estou bem vestido, asseado e sozinho. Entretanto, de foma alguma infeliz. Curioso, li, assiti a um filme, assisti televisão, escutei música e agora escrevo, se a virada corresponder a como as coisas se encaminharão para o ano seguinte, acredito que estará tudo bem. Só gostaria de acrescentar que nos víssemos um pouco mais, com mais intimidade também... Se me alongar um pouco mais, fico tentado a te "dizer" coisas indevidas. Então fica assim: acho que a gente devia se ver mais. Feliz 2008.