domingo, junho 17, 2007

Amor - Rilke

Fico repassando a carta do Rilke para o Sr. Kappus, repetindo doentemente "amor é difícil, amor é difícil, amor é difícil, amor é difícil, amor é difícil, amor é difícil, o amor é difícil, o amor é difícil, o amor é difícil, o amor é difícil e por isso é bom...". É bom que seja mesmo, infelizmente não tenho a quem cobrar essa ameaça velada, que está mais para um desejo quase mudo. Desejo que um dia mesmo que de forma displicente entre o amor de novo na minha vida, não reclamo da falta dele, mas escrevo, sempre escrevo sobre sua falta. É curioso que eu expresse meu sentimentos mais claramente escrevendo quando sou sempre avaliado como confuso. É devoção. Ninguém mais entende o que é devoção, é difícil ter devoção por algo, ela consome, devoção ao amor é fatal.

segunda-feira, junho 04, 2007

Homem de Lata

Eu tava errado, você estava certa. Isso é tudo que eu posso dizer. Não é suficiente né? Me desculpa, não vão sair lágrimas, não vou entrar em desespero, eu não entro em desespero, eu não pulo na frente de carros nem qualquer ameaça de suicídio. Eu faço isso, eu venho até a tua porta, enchardo por causa da chuva, com os olhos marejados e vermelhos, admitindo que eu sou a criatura mais estúpida que já passou por esse planeta. Vim andando, se você quiser eu volto e faço tudo isso descalço, mas se nem isso for suficiente, me faz um favor: me diz que sou ridículo e me manda ir embora. Eu ainda quero domingos de chinelo e bermudão, eu ainda quero todos os teus filmes ruins. Não, eu não fico melhor sozinho, mais importante, eu não fico melhor sem você. Posso entrar...? Obrigado...