domingo, outubro 30, 2005

Melinda e Melinda

Os domingos são sagrados para o RPG (o poquêr dos nerds). Como é de praxe, a Ana me mandou uma mensagem pra saber se os outros jogadores iriam comparecer, e ela sempre vem fracionada em 3 ou 4 partes e em uma delas, ela citava estar "ligeiramente grávida". Eu já tinha notado que o corpo dela estava diferente, mas ela sempre diz que está "gorda, gorda, gorda", como é que eu ia saber que não era de comida? Ela já é mãe de uma menina de 6 anos e ter outro filho, pelo menos pra mim, parece ser um problema.
Comecei a pensar um monte de coisas absurdas. Minha imaginação fez questão criar uma situação castastrófica, que piorava a cada segundo que eu pensava no assunto. Para mim, que não sabia os detalhes e fui completando as lacunas da pior forma possível, o pai da criança não sabia, a Ana devia estar desesperada por estar esperando mais uma criança, pude até me ver discutindo com ela mais uma vez sobre a sua posição anti-aborto. Enfim, o próprio caos estava para se instalar na vida de uma pessoa querida.
Quando ela chegou em casa estava sorridente e eu pensando as piores coisas. Falamos um pouco sobre o assunto, o cara já sabia, ele por sinal estava com ela quando o teste deu positivo, os amigos dela de universidade já sabiam, uma parte dos jogadores do nosos grupo já sabiam. E isso tudo eu fiquei sabendo num papinho de uns 5 minutos, até o resto das pessoas chegarem fiquei ouvindo sobre as coisas que aconteciam com pessoas que mal vejo, perdido em uma conversa sobre atitudes absurdas e ainda meio chocado com a naturalidade das coisas.
Ao chegarem os outros jogadores, dei minha última cartada pra continuar a minha tempestade em copo d´água alheio. Falei que havia sido o último a saber do que estava acontecendo, só pra ficar sabendo que 2 outras pessoas do nosso grupo ainda não sabiam. Uma delas deu um abraço na Ana e ficamos todos ouvindo sobre os planos, o pai parece ser uma pessoa boa e sobre um possivel casamento. Então me restou jogar o pessimismo de lado, porque as vezes as coisas simplesmente dão certo.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Comunicólogos Artrópodes do Espaço Sideral

Depois de minha empreitada para fazer uma análise etológica do réptil ruminante, um ser fascinante e endêmico do Centro de Letras e Artes da UFPa. Eu, o Sr. Biológo, decidi voltar meus esforços para outra espécie endêmica do CLA-UFPa, tão curioso quanto o réptil ruminante, o Comunicólogo do Espaço Sideral.
Pertencente ao reino Animalia - filo Invertebrata - classe Artropoda, o C.E.S (Comunicólogo do Espaço Sideral) constitui mais um grande desafio em minha carreira, pois mesmo trabalhei com aves durante minha carreira acadêmica, mesmo assim tentarei fazer uma acurada descrição filogenética desta espécie.
Infelizmente devo avisar que esta é uma provável espécie senescente. Isso se deve a uma falha genética, que torna os espécimes do C.E.S quase incapazes de se comunicar via sinalização bioquímica ou vocalização, dificultando a vida em comunidade desses artrópodes sociais. No CLA consegui identificar pelo menos duas sub-espécies do C.E.S, o Comunicologo jornalisticus e o Comunicologo publicitarus. Em outras instituições podem ser encontradas outras sub-espécies do C.E.S, porém as diferenças morfo-fisiológicas indicam que a pressão de seleção e a separação geográfica está levando ao processo de especiação.
Ainda que quase incomunicáveis entre si, os espécimes dos C.E.S apresentam um forte comportamento social. Sendo encontrados muito facilmente em grupos de 3 ou mesmo de 20, se alimentando - fato facilmente observável na área do CB-UFPa - ou socializando - comumente em uma área da municipalidade.
Este é um trabalho contínuo de pesquisa e garanto que logo trarei novas descobertas sobre estas fabulosas criaturas vindas do espaço.
Glossário:
Etologia: estudo do comportamento animal.
Endêmico: espécie restrita a determinado habitat.
Senescente: espécie de "morte programada", no caso em questão a espécie está com um número cada vez mais reduzido de espécimes, o que pode levar a extinção.
Filogenética: estudo das relações de parentesco inter-espécies, para determinar seu processo evolutivo.
Pressão de Seleção: alterações que ocorrem no habitat ou outro fator determinante para a vida da espécie, levando a seleção de alguma característica.
Especiação: processo de formação de novas espécies

quarta-feira, outubro 26, 2005

Blogando

Eu estava completamente sem assunto. Esperava que algo bem legal ou siginificante acontecesse, para iniciar mais uma narrativa sobre os acontecimentos novos em minha vida. Esqueci que minha vida anda parada e que coisas significantes não têm acontecido com muita frequência. Entretanto decidi que deveria escrever mesmo assim.
Assim descobri o que tanto me fascina nos filmes com dramas existenciais. Neles sempre há uma situação específica ou uma nova pessoa que faz a vida daquele ser inócuo, inerte e sem graça dar uma guinada. Essa mudança não precisa ser grande, nem pra melhor, é só aquele desvio em um ponto exato que faz as coisas correrem de forma diferente.
É aquele exato instante que faz você pegar a direita em vez da esquerda. E no filme isso é tão bom, porque sempre vai ser a decisão mais acertada a tomar. Sempre tem aquele insight divino, que momentâneamente mostra como vai ser o futuro, e por mais que você esqueça logo depois, seus instintos te levam a escolher a direita. Então tudo acaba bem.
Ainda esperando pela massa crítica...

domingo, outubro 23, 2005

Socialização

Disseram-me que quando eu entrasse na comunicação eu precisaria me tornar uma pessoa sociável. Com toda a delicadeza, que já é notória a minha pessoa, perguntei " POR QUÊ?!". Depois de muito relutar, fui convencido de que um futuro comunicólogo realmente precisa ser sociável. Aí surgiu "O" grande problema, por que eu não sou sociável, nunca fui sociável.
Quando criança fui mandado pra um espaço de convivência, por não gostar das outras crianças. Deu certo, não que eu tenha passado a gostar delas, mas comecei a ter alguns amiguinhos da mesma idade e conforme fui envelhecendo, e as pessoas da minha idade também, pude começar a gostar delas, pois não precisava mais socializar com crianças.
Por que a obrigação de socializar?Hoje na fila da votação por exemplo, o senhor que estava atrás de mim insistia em me falar coisas desinteressantes, como o tempo que as pessoas levavam votando - que por sinal ele cronometrou e duravam exatos um minuto e trinta e cinco segundos - e como elas demorariam menos tempo - aproximadamente trinta segundos- votando se o mesário adotasse outro sistema para pegar os dados da pessoa. Nesse momento, entraram em choque a minha pouca capacidade de socialização, meu "dever" de ser sociável e a minha educação. Me vi forçado a responder educadamente, ainda que de forma curta, aos comentários completamente desinteressantes que ele fazia, ou dar leves sorrisos do tipo " Mona Lisa", mas no fundo eu queria mesmo era dizer "Por favor, não me dirija a palavra, porque eu não quero falar com você.".
Posso citar pelo menos mais dois ou três casos como esse, que parecem se repetir comigo em uma frequência bem menor do que eu gostaria. Mas o importante é que até agora ninguém me explicou por quê eu preciso ser sociável. Ainda assim resolvi tentar essa tal de sociabilidade. Tomara que dê certo.

sexta-feira, outubro 21, 2005


Rapha Posted by Picasa

Little Horror Shop

Numa quase falida floricultura, tudo muda quando o jovem empregado trás uma planta exótica e a coloca na vitrine. Os clientes reaparecem, dinheiro volta a entrar no caixa e as pessoas começam a notar o pobre órfão. Além disso, Audrey II - nome dado a planta em homenagem a mocinha do filme - começa a comer os antagonistas do Seymour, primeiro o namorado sádico da garota por quem ele é apaixonado, depois o dono da floricultura que quer tirar proveito da descoberta do rapaz.
Infelizmente a planta vinda do espaço torna-se a antagonista do filme, mas veja só que plantinha legal ela era. Mudou toda a vida do cara; pois quando ela entra em sua vida ele se torna famoso e possivelmente rico; comeu seus inimigos; e quase comeu a mocinha do filme também, o que iria poupar o Seymour de ficar com aquele pato antropomórfico. Devo acrescentar também que ela era a melhor cantora do filme (Ah sim, esqueci de dizer que é um musical).
No filme a pobre plantinha é explodida em milhões de pedaços. Eu não só manteria a plantinha comigo, como faria questão de deixá-la muito bem alimentada.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Doenças

As físicas são inúmeras, mas considero minhas síndromes psicológicas mais lúdicas e muito mais interessantes, se é que elas o possam ser. Então, vou falar sobre elas.
"A Síndrome do Pau-Mandado" faz parte de um terrível bloqueio de criação, parece que somente pode-se criar algo, caso esteja sobre pressão. Se não houver algo como um trabalho, de preferência com um apertado prazo de entrega, nada vem a mente. Se ninguém disser "Faça uma animação com giro duplo, estilo schwartzer, em três linguagens para internet, RGB multicolor XP 2005" isso jamais virá a cabeça espontâneamente. Esta síndrome causa uma desconfortável sensação de inabilidade e falta de criatividade.
"A Síndrome do Engolidor de Sapos" desvio de socialização no qual há um bloqueio para respostas rápidas à comentários inconvenientes. Normalmente seguida de pensamentos como: "Ai, por que eu não falei issso, isso e mais aquilo?", "Por que não mandei ele #$@@%$!?". No final sempre haverá a idéia de que pode preparar-se para a próxima vez que o fato ocorrer e a resposta estará na ponta da língua. Entretanto, está síndrome causa uma forte sensação de frustração, pois ao ocorrer um fato semelhante,a situação inicial se repete.
Por fim, "A Síndrome da Virgem Bem Sucedida" que, apesar do nome, pode ser a mais danosa. Trata-se de um disturbio de ação rápida, decorrente de um êxito em algo ou área nova, levando a paranóia de que todas as ações seguintes relacionadas ao ocorido deverão, pelo menos, se igualar a primeira tentativa. Muitas vezes levando a desistência ou abandono total da atividade.
Hum...mais alguém sofre disso?

quarta-feira, outubro 19, 2005

Minha vida de Sitcom

Bem...acredito que esse post vai ser meio caótico. O título é de uma série de textos escritos para um amigo que tinham esse mesmo título, tudo por causa de uma outra amiga que estava rindo da minha cara e falou "Você parece um personagem saído daqueles sitcoms". Isso faz uns dois anos já e na semana passada, quando conversava sobre "paixão" com uma nova amiga - fiz vários nos últimos tempos - ela me disse "Nossa você é muito Wood Allen". Estou encarando isso como um progresso...
Comecei o blog por dois motivos: primeiro, por indicação de uma professora; e, segundo, porque estava lendo o blog da Sue e gostei muito, você consegue imaginá-la dizendo tudo aquilo que está escrito ali. Será que isso aqui lembra a minha pessoa?
Continuando minha série de explicações, " não torra" é a mensagem que o meu educadíssimo celular mostra quando é ligado. Sim, quem colocou a mensagem fui eu e o adoro do jeitinho que ele é.
Eu já deveria estar dormindo, amanhã acordo às 7 para participar do maxi midia. Uma das palestras do evento me fez querer escrever meu t.c.c. sobre gênero, mas deixei a idéia passar, ainda é cedo.
Colori um mangá no photoshop, assisti os capítulos que faltavam do Tsubasa - e tive a feliz descoberta de que haverá uma segunda temporada- pensei em uma pessoa que andei magoando e ainda não consegui dormir.
Essa é a segunda vez que tento criar um blog, não fui bem sucedido na primeira e nem tenho mais o texto. Uma das minhas travas em relação ao blog é sempre achar que não vou ter assunto, mas talvez isso mude .