terça-feira, março 24, 2009

Sinto que ando radioativo, porque ninguém fica por perto, mesmo tendo certeza de que a minha higiene pessoal está em boas condições. É algo inexplicável, parece que que tem uma folha colada nas minhas costas, pior um post it bem na testa escrito: babaca. Quem sabe ele é hich tech e fica mudando a mensagem, expondo todos os meus defeitos, e todo mundo que passa olha diretamente pra ele, por isso passam pelo lado, algumas devem até atravessar a rua, eu que nem percebo. É uma vida meio videoclipe, mas sem a trilha fantástica, só uma baita seqüência de recortes em que eu me dou mal...

segunda-feira, março 23, 2009

O que eu lembro melhor é do teu cheiro, faz tempo que não conto com a visão para muita coisa, então guardo detalhes. De você eu guardei o cheiro, principalmente ao acordar, bem próximo da nuca, antes, mas bem próximo aos cabelos, era dali que o cheiro se espalhava. Outro pedaço que "guardo" são os dedos, finos, na mão lisa de quem nunca precisou fazer trabalho algum. Esperei que você fizesses todas as coisas que precisava, para depois voltar...

sábado, março 21, 2009

Nunca mais escrevi, me perguntava por quê? Aos 26 não se perde a criatividade, nem aos 30, nem aos 80. Contudo, duas coisas aconteceram que, pelo menos em parte, podem responder. Primeiro, parei de viver. Pelo menos para mim, não dá para criar coisas a partir do ar, preciso de música, de literatura. Me toquei disso lendo uma passagem que me fez ter a vontade de começar um texto com algo assim:
"a pele estava tão branca, parecia que estava com frio, receava tocar suas costas, se eu a tocasse com toda certeza iria acordar, felizmente não resisti, felizmente também estava errado, ela não acordou e eu pude ver os pêlos finíssmos subirem como tocados por estática, os poros dilatando leve, porém, rapidamente. Beijei sua nuca, e um suspiro quase inaudível me fez ter a certeza de que qualquer que fossem as incertezas que as esperaças de amor trazem, ele (o amor) se concretiza nesses momentos, por mais solitários que sejam."
O segundo acontecimento tem a ver com o primeiro. De certa forma, por mais isolado que eu estivesse, escrevia para eles, as coisas mais simples, as bobagens, as grandes declarações, não tem mais nenhum deles na minha vida, pelo menos não como antes... Se virem, se passarem por aqui de novo, mesmo que por acidente, saibam que a casa ainda é de vocês, prometo deixar mais bem arrumada para quando voltarem.