quarta-feira, agosto 30, 2006

Descontrol

Ando sentindo uma urgência em comprar livros, quase tão grande quanto de comprar sapatos. O dinheiro ainda nem entrou e já foi em parte gasto, mas foi pouco e o que comprei já terminou. Percebi duas coisas: sempre tenho uma pendência de seis livros para ler e sempre tenho pelo menos dois na mochila. Pelo menos não é tão estranho quanto ter um par de sapatos extra na mochila, não é sempre, mas as vezes tem...
Me disseram que eu sou um leitor ávido. Na verdade, me considero um leitor tardio, sempre resisti aos livros. Também pudera, seis mulheres na minha casa e toda elas tinham como referencial de literatura os livros "Poliana" e "Poliana Moça" . Além desses, preciso destacar uma enorme coleção de títulos assinados por: Harold Hobbins, Sidney Sheldon e Paulo Coelho. Meu referencial masculino só não é analfabeto porque não lhe permitiram não ir à escola. Acho que a avidez é pra compensar o tempo não utilizado na adolescência.
Todo leitor ávido tem impulsos de escrever? Eu tenho, vários até, uma boa parte deles vêm parar aqui. Mas isso é uma atividade meio marginal. Você tem a sua vida diária, quando chega em casa adota um pseudônimo pra escrever o que passou na sua cabeça o dia inteiro. Vontade de falar das coisas mais bizarras e grandes achados, como um nome bem dramático tipo "Cátia Regina", que existe e é professora no fundamental de uma escola no interior do Maranhão ou sobre o pobre do Cardoso que tentou suicídio três vezes por causa da mesma mulher. Mas vai além disso?

domingo, agosto 27, 2006

A Última Vez que Te Escrevo

Você falou e escreveu tantas coisas ruins por causa dos meus textos, mesmo que eles nunca fossem endereçados a você. Então decidi escrever um segundo texto pra você, o último. Tudo que eu gostaria de dizer se resume em uma frase da Tainá "Tava na cara que ele estava feliz..."

quarta-feira, agosto 23, 2006

Na Livraria

Ainda que não tendo dinheiro pra comprar um mísero cartão postal, eu ainda insisto em entrar em todas as livrarias do shopping. Na verdade, eu vou ao shopping exatamente pra isso. Olho todas as prateleiras que me parecem interessantes. Checo os novos volumes da coleção de bolso da L&PM, são os mais baratos. Arrumo algumas coisas que ficam fora do lugar. Encontrei "A Origem da Vida" de Darwin na prateleira de ficção científica, ri bastante e deixei onde estava. Pobre Darwin. Fui ao meu local favorito. Umas prateleiras no canto direito, onde ficam os livros de contos. O essencial do Caio Fernando em dois livros, duas décadas da vida dele em dois livros enormes e caros. Ele sabe o quanto eu o amo e o problema que é não ter dinheiro, pensei em tentar roubar um deles como ele fazia na Inglaterra, mas, ainda que eu tenha roubado uma menta na quarta série, jamais vou ter ousadia suficiente pra roubar um livro. Lembrei que por ali ficavam também os livros de Katherine Mansfield. Eu a rondo faz alguns meses, observei sua comunidade no orkut, toquei os livros na livraria, mas nunca os abri. Havia quatro, os mesmo de sempre. São de uma coleção antiga, eles ficam meio deslocados, porque todos os outros são mais novos, com layouts chamativos e outras coisas de design conteporâneo. Decidi levar um pra mim. Mais um mês no vermelho. Qual a novidade nisso? Um deles era meu, tava decidido, mas na verdade eu queria mesmo era levar todos os quatro. Me contive. Um só. Era tudo que me cabia. Como decidir? Escolhi pelo título, fiquei com "A festa e outros contos", quem sabe fosse alegre, eu ando necessitado de um pouco mais de alegria. Abri o livro no primeiro conto "A festa". Logo no primeiro parágrafo há uma frase "Quanto às rosas, impossível ignorar que elas acreditavam ser as únicas flores que impressionam os convidados de uma festa ao ar livre..."

domingo, agosto 20, 2006

He Wishes for the Cloths of Heaven

Eu encontrei, no dia seguinte assisti o filme de novo. Assim que Frank larga o livro, a câmera da um close na página e aparece o texto inteiro. O pomea chama-se "He Wishes for the Cloths of Heaven". Anotei o texto e pesquisei pelo título na internet. Faz parte da obra de W.B.Yeats. Helene ficaria com inveja por eu poder usar internet. Em todo caso teria sido mais fácil esperar, o Ronan sabia o autor, maldita pressa.
He Wishes For The Cloths Of Heaven
"Had I the heavens´embroided cloths,
Enwrought with golden and silver lights,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet;
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams."
W.B. Yeats

sexta-feira, agosto 18, 2006

Me Salva

Acabei de assistir "Nunca Te Vi, Sempre Te Amei". Uma trama bem simples, uma escritora pobre de Nova York começa a se corresponder com um livreiro londrino que encontra os livros que ela precisa por um bom preço. O filme me introduziu ao maravlihoso personagem de Helene Hanff, uma escritora que se sutenta escrevendo scripts para teatro. Ela tem a bagagem literária que eu adoriria ter um dia, mas já fico feliz de partilhar com ela o gosto pelos livros e a necessidade de adquirí-los de forma barata. Entretanto o que não me sai da cabeça é uma passagem em que Frank está lendo um poema sobre um homem apaixonado que gostaria de trazer o céu e ouro para vestir sua amada, que termian mais ou menos assim "Mas sou pobre e tudo que posso lhe oferecer são meus sonhos, para que você possa caminhar por eles. Então caminhe de forma suave, pois você estará caminhando sobre os meu sonhos". Ele larga o livro sem mostrar a capa, nem dizer qual o autor. Tortura, pura crueldade ficar sem saber quem escreveu. Desconfio que seja William Blake ou John Donne, dois autores que Helene estava lendo. Quem foi?

terça-feira, agosto 15, 2006

Nightmare Boy

Mais de 30 horas de viagem e as únicas coisas que passavam pela minha cabeça eram sexo e morte. Nada de reflexões profundas sobre a minha vida, só pensamentos obssessivos e lascivos, vai ver que ela se resume a isso. Supersônico Biônico Wonder Boy, ser isso o tempo inteiro é impossível. Acordar com "cara de branca de neve" é impossível, não acordo tão bem, nem engasgo com maçãs. Personagem rico de novela do Manoel Carlos seria maravilhoso, mas esses também não existem. Morte Morte Morte Morte. Sono fingido pra não ter de falar com ninguém. Não é tristeza, é só vontade de estancar tudo. Baby, como é que eu te digo que tá tudo horrível, se você é metade de toda a minha alegria e faz parecer que está tudo bem? Mas é isso baby, não tá nada bem. Sexo Sexo Sexo Um Milhão de Vezes Sexo. Odeio sexo. Ignorem o momento de descontrole...