terça-feira, fevereiro 06, 2007

Chuvarada (Parte 2)

O garoto ainda estava assustado com tudo que acontecia quando Éolo o pegou pela mão e o conduziu para fora:
- Espera, mas pra onde nós estamos indo?
- Ora, como assim pra onde estamos indo? Não é óbvio que vamos atrás do seu coração?
- Me solta, eu não vou a lugar nenhum com você.
- Você não entendeu nada do lhe foi dito rapazinho? Você não vai sobreviver por muito mais tempo sem um coração - ele solta a criança que quase instantâneamente cai no chão. O estranho estende a mão ao menino:
- Viu? Você já começou a perder o equilíbrio. Deve ser realmente desagradável não ter um coração.
Convencido de que pelo menos havia alguma coisa errada consigo, Guilherme aceita ajuda para se pôr de pé:
- Mas pra onde nós vamos afinal? Eu já tô todo molhado.
O estranho lhe sorri, seus olhos pareciam menores e completamente azuis quando o fazia, agachou-se até seus rosto ficar na mesma altura do menino, o guarda-chuva aberto, aproximou-se um pouco mais e o guarda chuva protegeu ambos da água:
- Ora meu jovem companheiro, mas esse é o menor de seus problemas - soprou e seu sopro fez com que as roupas e os cabelos do menino secassem, com a sensação de manhãs de verão - agora vamos, já perdemos tempo demais.
- Você é realmente um deus?
- Você tinha alguma dúvida disso?
- É que eu nunca conheci um deus antes e a minha mãe disse que só tem um.
- Pois diga a sua mãe que ela está equivocada.
- Éolo...
- Diga.
- Você ainda não disse pra onde estamos indo.
- Ah, isso. Bem, vamos visitar velhas amigas.
- Elas também são deusas?
- As vezes eu acredito que são mais que isso. Mas nunca se sabe, não é mesmo? - Éolo sorri para Gulherme mais uma vez e faz um movimento lembrando uma reverência de teatro. Quando o guarda chuva libera a visão do menino, ele leva um susto e dá um passo para trás. Quase fatal, pois estavam na beira de um precipício. A imagem de um enorme templo grego, do tipo que só havia visto em desenhos, no topo de uma montanha assustara o garoto. Naquele lugar o vento era tão forte que mesmo Éolo precisava gritar para se fazer ouvido:
- Cuidado jovem, morrer antes de reaver seu coração iria tirar metade da diversão de conseguí-lo de volta
Mesmo o sorriso estampado em seu rosto e os brilhantes olhos azuis não removeram o desespero da criança:
- Do que você tá rindo? Eu podia ter morrido.
- Mas você não morreu. Além disso, nunca dá para saber como as coisas poderiam ter sido, então por agora você não precisa se preocupar com a morte - os braços estendidos, uma mão espalmada e a outra segurando o guarda chuva aberto, fecha os olhos, o vento leva seus cabelos para trás.
- Você é ...
Guilherme se deteve mais uma vez à visão do templo
- Vamos, elas já devem estar esperando.
- Espera, mas... e se eu tivesse morrido? Como eu iria resgatar meu coração?
- Bem, eu precisaria descer até o Hades pra te buscar, o que seria desagradável considerando a profunda antipatia que sinto por Perséfone. E com certeza seria bem menos divertido considerando o péssimo humor que os ex-residentes de lá costumam ter.
Éolo, ainda com o guarda chuva aberto, se adianta subindo o pedaço de montanha esverdeada pela grama que os separa do templo. Guilherme perde o equilíbrio e caí na grama, partes menores de flores silvestres se soltam e são levadas pelo pelo vento. Ele sopra para cima para retirar algumas que ficaram presas no seu cabelo que estava lhe cobrindo a vista:
- Me espera.
Eles chegam à porta do templo:
-Bem, seja educado agora jovem. Nada de imprudências.
***
*Tá eu enrolei, mas eu tava querendo fazer algo bonitinho hoje, por isso ainda não terminei, me perdoem =/ na proxima eu termino, juro.

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