quinta-feira, março 06, 2008

Toda vez que nos falamos tento engatar um assunto no outro pra impedir que você diga "Tenho de ir", mas nessa horas eu me torno estranhamente parvo, estático, esperando que você faça, de surpresa, alguma declaração. Então você vira pro lado, aperta minha mão e diz "Tenho de ir".
Ficamos lado a lado e nada se fala, até você virar pra janela pra ver as pessoas que passam, e eu fico com as mãos unidas, olhando pros meus polegares passando devagar um sobre o outro, repetindo pra mim mesmo que eu preciso arranjar algo interessante, talvez até importante pra te dizer, mas pra não correr o risco de dizer algo idiota eu fico calado. Passo a língua nos lábios como se preparesse pra dizer alguma coisa, mas você fala antes e eu só sorrio em resposta.
Admito que eu odeio filmes violentos e de horror, porque com esses últimos eu sonho, não importa o quão imbecil, ele sempre vai invadir meus sonhos, você acha isso engraçado. Percebe que eu estou gripado "Como é que eu posso viajar com um menino frágil desses, que fica doente à toa?". Falar da minha fragilidade é cruel, me faz lembrar que ela existe, justo eu que tento abandoná-la de qualquer jeito.
Falar sobre o tempo não funciona mais. Não gosto de algumas coisas que você faz, nem da paranóia com a cidade, nem de algumas opniões. A verdade é que eu simplesmente gosto de você, porque, fora alguns filmes, não gostamos de nada em comum, somos uma certeza de futura incompatibilidade de gênios. Mesmo assim, eu gosto de você.

Um comentário:

Sic disse...

saudadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee égua, sumido.

Li tudinho visse, e tenho certeza que quem tava fazendo barulho era a gorda, ei se desse, eu queria ver o seu corpo, leve, lindo e solto qualquer dia desses...

P.S: Eu estou morenaaaaaaaaaaaa

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk