Tudo parece me levar a crer que somos vítimas da morte do romance. Isso soa dramático mas o termo é exatamente esse. As obras que têm mais romance são antigas ou se passam em épocas posteriores a nossa. Tudo que é atual me parece ter um toque de desespero, uns amores atrapalhados pela própria pessoa muito mais do que pelo tempo ou adversidades ocasionais, não consigo deixar de sorrir quando lembro do adjetivo "desamparo". A impessoalidade de ferramentas como o messenger me fazia atestar isso, um conto do Julian Barnes também. Hoje eu percebi que não é bem assim, quando você está offline mas ainda conversa com alguém, pode ocorrer das mensagens chegarem com atraso. Esse atraso me deixou com a angústia de não saber se ele não falava comigo ou se era só o atraso. Converso com poucas pessoas, costumo apoiar o cotovelo na mesa e a mão no queixo, fazendo uma corcunda, e fico esperando. É essa espera faz você se sentir desamparado, o descuido com que a gente esquece das coisas na tela. Mas isso pra mim derruba toda aquela baboseira que eu acreditava sobre impessoalidade, consigo ser mais impessoal com algumas pessoas que vejo todos os dias, muito mais do que seria pela internet. Não é nem um pouco difícil ser distante, mas ser próximo também não é. Acredito que está tudo nas pequenas coisas.
terça-feira, março 06, 2007
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Um comentário:
São de pequenas coisas que se forma o infinito. E esse é um caminho que sabes construir muitissímo bem, por sinal? Dorme lá em casa.
Beijos
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