Ela entrou no salão sozinha, nem todos se viraram para olhá-la, isso só acontece nos filmes, mas os que não a viram de imadiato perderam um dos fatos simples que geram epifanias - uma bela mulher em roupas leves entrando em um salão. Os conhecidos logo a chamaram, havia esquecido o quanto eles eram ruidosos.
Dançou bastante, de olhos fechados porque a luz feria os olhos. Dançou sozinha, porque os ruidosos eram apenas conhecidos e não os queria por perto, também porque os homens do lugar foram tomados pela insegurança que uma mulher como ela causava, intensificada por sua total ignorância do efeito que causava.
Era só o que queria, dançar. As vezes, abria um pouco os olhos para ter a impressão de que o lugar estava preenchido com estática quando os fechasse de novo. Às 6 voltou para casa, atirou os sapatos pela sala, a bolsa num móvel qualquer, ligou o som baixinho, para não atrapalhar o sono, algo doce para se sentir embalada. Dormiu como alguém liberta de um longo tempo insone.
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