Dormiu antes do programa terminar, àquela hora no quarto só havia a iluminação da tv fora do ar, luz fria, concentrada em uma parede, deixando o resto no breu. Abriu os olhos devagar, sentou na cama e olhou-o, o torso nu e peludo, a barba cerrada, invejava o sono despreocupado que ele tinha. Levantou, andou até a janela, pegou o maço de cigarros e o isqueiro que estavam no criado mudo. Vestia somente a parte de baixo da roupa íntima. Se alguém olhasse de fora veria somente o contorno do seu corpo e o brilho laranjado do cigarro quando tragava. Pensou na cena reprovável que estava protagonizando, agora poucos fumavam no cinema, antes eram poucas as cenas sem cigarros, mas faz alguns anos alguém determinou que cigarro em filmes é um mau exemplo. Ele se mexe na cama, ela se volta para olhá-lo "como é bonito". Ele estende o braço para o outro lado da cama, o vazio o faz despertar. Ele sorri antes de abrir os olhos, se encosta no espelho. Ela traga, enquanto solta a fumaça olha pra ele, As vezes eu sinto que deveria ser atropelada por um bonde, ele solta uma gargalhada, Cê tá pelada sua louca, ela afasta o cigarro da boca e apoia o cotovelo na janela, Não tem ninguém na rua e eu estou de topless, ele sorri mais uma vez, Vem pra cá que é, sua desfrutável. Ela apaga o cigarro no cinzeiro, deita aninhada a ele, sente o braço passando pelo corpo, apertando um pouco sua barriga e o beijo no pescoço. Fica acordada mais alguns minutos.
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Cena roubada de um texto que ainda não escrevi
Um comentário:
Pois pode escrever...até porque eu voltei a fumar...
Beijo
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